terça-feira, 15 de março de 2011
Amor...e mais um pouco.
Em uma das minhas andanças pelo mundo, procurando novas janelas e novos sonhos, me deparei com uma história muito linda, que não me foi contada pela boca, como normalmente se contam histórias, mas sim pelos olhos. Olhos de um casal de velhinhos.
Recentemente fui visitar um casal de velhinhos que moram perto da minha casa. Não os conhecia, mas fui muito bem recebido. Ao entrar fui recepcionado por uma senhora, aparentemente com seus setenta e poucos. Ela me levou ao quarto, onde pude encontrar seu marido, também aparentava a mesma idade, mas ele não podia andar muito, não falava direito, tinha tido um AVC.
Tinham muitas coisas para me chamar a atenção ali, inclusive até esqueci por alguns instantes o motivo que me levou até lá, mas o que me fez parar por alguns instantes e me fez viajar para muito longe dali, foi um breve momento, um simples olhar, um olhar entre o casal de velhinhos. Naqueles poucos segundos, pude ver muito mais que um simples olhar, pude ver sentimentos, uma história inteira resumida em um olhar.
Ao olhar para o velho marido, com quem era casada há muitos e muitos anos, tinha filhos e netos, vi na senhora uma expressão que passava entre carinho e gratidão. Até me perguntei: "O que será que pode levar uma pessoa a viver tanto tempo com outra e ainda mais cuidar dela com tanta paciência e zelo mesmo depois de tantos anos?". Aquele olhar me respondeu tudo. Muito mais do que zelo, pude ver que a senhora tinha pelo marido muito carinho, muito respeito e principalmente gratidão. Era como se ela falasse "Muito obrigado por tudo o que me deu, o que me fez até hoje. Se estou aqui é para lhe devolver a dedicação que você também teve comigo."
Ao olhar para a velha esposa o senhor tinha um olhar de fascínio, de encantamento. Ao olhar para sua mulher pude perceber que ele via muito mais do que os olhos cansados, o cabelo meio desarrumado em um rabo de cavalo não tão firme como alguns anos atrás, o sorriso de sempre. Ele a olhava com encanto, como se a estivesse vendo pela primeira vez. Era como ele estivesse dizendo "Você ainda continua tão linda como quando te conheci. Você me encanta a cada dia desde o dia em que me encantei pela primeira vez por você."
Seus olhares se procuravam, se precisavam. Como se um dependesse do outro para se formar um silencioso "EU TE AMO" dentro do coração de cada um. E mesmo com as dificuldades isso os fazia felizes.
Pude perceber que uma relação verdadeira e duradoura, não se vale apenas daquele sentimento utópico que todos desejamos ter. Para que duas pessoas possam ser eternamente felizes precisa-se principalmente de amor...e um pouco mais.
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